A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério
da saúde, explica sobre o número de doses necessário, como a vacina
deve ser administrada, além da recomendação para viajantes e população
em áreas de risco.
Nesta entrevista ao Blog da Saúde, a coordenadora do Programa
Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues,
esclarece que não há mudança no esquema vacinal da febre amarela. A
estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção
durante toda a vida. A população que não vive na área de recomendação
ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste
momento.
Confira também:
- Entrevista
para Web Rádio Saúde do diretor de Vigilância das Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, sobre as dúvidas
mais comuns da população
- Ministério da Saúde amplia a proteção à vacinação contra a febre amarela
- Perguntas e respostas sobre a Febre Amarela
- Lista de municípios conforme áreas de recomendação para vacinação
- Ministério da Saúde tira dúvidas dos internautas sobre a Febre Amarela
- Mais informações sobre Febre Amarela no site da SVS
A coordenadora explica que a vacina contra febre amarela é a medida
mais importante para prevenção e controle da doença e apresenta eficácia
de aproximadamente 95%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura.
Entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar
eventos adversos como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo,
entre outros. Portanto, mesmo em um momento de intensificar as ações de
vigilância da febre amarela, é necessário orientar a população quanto à
necessidade de se vacinar.
- Qual o esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde para a febre amarela?
Carla Domingues:
O esquema da febre amarela é de duas doses, tanto para adultos quanto
para crianças. As crianças devem receber as vacinas aos nove meses e aos
quatro anos de idade. Assim, a proteção está garantida para o resto da
vida. Para quem não tomou as doses na infância, a orientação é de uma
dose da vacina e outra de reforço, dez anos depois da primeira. As
recomendações são apenas para as pessoas que vivem ou viajam para as
áreas de recomendação da vacina. A população que não vive na área de
recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a
vacinação neste momento.
- No momento, com os casos confirmados no estado de Minas Gerais, há mudança na indicação da vacina contra a febre amarela?
Carla Domingues:
Não há mudança no esquema de vacinação. Devem se vacinar contra a febre
amarela apenas pessoas que moram nas áreas de recomendação da vacina ou
que viajam para essas localidades e que estão com o esquema de
vacinação incompleto, ou seja, quem não tomou as duas doses recomendadas
pelo Ministério da Saúde. Para adultos que tomaram a primeira dose há
menos de dez anos, também não há necessidade de adiantar a dose de
reforço.
- Para quem já tomou duas doses da vacina e mora nas áreas de recomendação, uma terceira dose significa mais proteção?
Carla Domingues:
As duas doses são o suficiente para proteger durante toda a vida. Uma
terceira dose não vai criar nenhuma proteção adicional. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma única dose para toda a vida. O
Brasil, buscando uma maior segurança, adota o esquema de duas doses.
Portanto, quem recebeu duas doses, na infância ou na fase adulta, já
está devidamente protegido e não precisa buscar o serviço de saúde.
- E para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal, qual a orientação?
Carla Domingues:
Quem perdeu o cartão de vacinação deve procurar o serviço de saúde que
costuma frequentar e tentar resgatar o histórico. Caso isso não seja
possível, a recomendação é iniciar o esquema normalmente. Portanto,
pessoas a partir de cinco anos de idade que nunca foram vacinadas ou sem
comprovante de vacinação devem receber a primeira dose da vacina e um
reforço, dez anos depois. Essa recomendação é apenas para as áreas de
recomendação da vacina. Vale destacar a situação de saúde deve ser
informada ao profissional de saúde, para que seja possível avaliar se há
contraindicação.
- Quais são as contraindicações para a vacina da febre amarela?
Carla Domingues:
A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos
acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até
seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas.
Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos,
epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o
benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o
risco de eventos adversos.
- Qual a orientação para turistas estrangeiros que visitam as áreas de recomendação de vacina no Brasil?
Carla Domingues:
Para turistas que forem se dirigir a uma área com recomendação de
vacina - tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não completaram o
esquema de duas doses, a recomendação é que seja vacinado pelo menos
dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar
anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida. Quem tomou a primeira
dose há menos de dez anos não precisa adiantar o reforço.
- No caso das crianças que vão iniciar o esquema, existe algum risco em receber a febre amarela junto com outras vacinas?
Carla Domingues:
A vacina para febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo que a
vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) ou
tetra viral (que protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
Se a criança tiver alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em
atraso, ela pode tomar junto com a febre amarela, com exceção da
tríplice viral ou tetra viral. A criança que não recebeu a vacina para
febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar a
situação vacinal, a orientação é receber a dose de febre amarela e
agendar a proteção com a tríplice viral ou tetra viral para 30 dias
depois.
fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/27371-saiba-quem-deve-se-vacinar-contra-a-febre-amarela
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
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